sábado, 22 de dezembro de 2007

NA SOMBRA DE BERNINI


Passei por ali.
Porque era o caminho mais curto, e porque, na extrema variedade de dimensões que, desde há ciquenta anos, ou, para ser mais preciso, há quarenta e oito, tem assumido na minha mente a cidade de Roma, nesta praça, onde todas as imagens se cruzam, fazendo cavalgar os séculos uns sobre os outros, tenho sempre a impressão de que nada muda... nem o convite à mudança, ora silencioso e triste, ora gritado pela ironia das pedras, que a cada momento nos impõem novos padrões de grandeza, não vá a gente pensar que alguma obra humana pode satisfazer o nosso anseio de eternidade. Não gosto do presépio que todos anos se constrói no sopé do obelisco, também ele uma voz que se harmoniza, apesar de certas corridas em contra-ponto, com a severa pregação da arquitectura envolvente. Não gosto do prsépio. Mas gostaria que um artista como os que dixaram a sua obra neste pântano transtiberino encontrase meio de completar a sinfonia das pedras com a presença da humildade de Nazaré, que me encanta muito mais do que Belém.

Sem comentários: