sexta-feira, 10 de outubro de 2008

NOBEL DA PAZ

A propósito do Nobel da Paz
Há poucos dias a Comunicação Social desenvolvia o tema da possível ilegalidade da atribuição do Nobel da Paz a personagens como, por exemplo Yaser Arafat e Madre Teresa de Calcutá, uma vez que, segundo os Estatutos desse Prémio, o galardão não poderá ser atribuído a figuras políticas ou religiosas.
Espantado, percorri a lista dos nomes que me vieram à mente e fiquei a pensar que, ou os referidos Estatuto não dizem isso, ou a Academia Sueca, pelo menos no que se refere a figuras políticas, os pôs completamente de lado.
Como se justificaria a concessão do Nobel da Paz ao ex-Presidente da República da Finlândia, como aconteceu este ano?
Se não me engano, temos mais um caso de sanha anti-religiosa que, além da manipular o direito, finge um alvo diferente daquele a que atira de facto.
Foi pensando nisso que decidi reabrir este blogue oferecendo a quem não tenha tomado conhecimento dela, uma resumo da intevenção do Observador Permanente da Santa Sé na ONU, durante a última Assembleia Geral.
Ai vai o texto, adapatado de uma nota da Agência ZENIT

Intervindo na 63ª sessão da Assembléia Geral da ONU sobre o item 1000, «Informe do Secretário-Geral sobre o trabalho da Organização», Mons. Migliore, Observador Permanente da Santa Sé, recordou que este ano se celebram os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, «com os quais os chefes mundiais estiveram de acordo em que não são concessões dos governos, mas direitos inerentes a todos os indivíduos, independentemente da raça, da nacionalidade e da religião».
No centro do sistema dos direitos humanos, sublinhou, figuram «o direito à vida e à liberdade de pensamento, consciência e religião», «com muita freqüência desatendidos a favor de questões politicamente mais convenientes», e aos quais se presta atenção «só quando a voz dos discriminados se torna forte demais par ser ignorada».
«Só respeitando o direito à vida, desde o momento da concepção até a morte natural, e a consciência de todos os crentes, promoveremos um mundo consciente e respeitoso com um senso mais profundo de significado e fins», declarou.
Dom Migliore acrescentou que neste momento existem testemunhos de «terríveis conflitos em muitas regiões do mundo. Aparecem sob a forma de desordens civis, actividade terrorista ou conflitos internacionais, mas perpetuam a equivocada convicção de que a violência e a guerra podem substituir a cooperação e o diálogo para o bem comum».
Frente à «crescente desaceleração econômica internacional» e a «fracasso dos objectivos de assistência ao desenvolvimento», falou da necessidade de um «consenso efectivo» para que a comunidade internacional «consolide as promessas e renove a cooperação entre os países desenvolvidos e os países em vias de desenvolvimento».
Com este fim, a delegação da Santa Sé espera que se ponha «a criatividade da actividade económica global ao serviço das pessoas, em vez de se porem as pessoas ao serviço dela».
O Observador Permanente desejou que a sessão da Assembleia Geral «sirva para promover uma cooperação e uma harmonia renovadas entre todos os povos».
«Cada vez vemos um maior aumento do uso da retórica que, mais que unir as nações, as rejeita e as divide», constatou.
Considerando que «em todos os ângulos do globo esta retórica foi usada para fomentar a desconfiança entre os Estados», Dom Migliore pediu que se «mude este aumento da suspeita e da desconfiança, e que se abra o caminho à confiança na nossa chefia comum e nos nossos valores compartilhados».
«Na assistência humanitária, na mediação e na capacidade de reunir as partes», concluiu, a ONU «deve continuar a sers reformada para que possa responder melhor às necessidades do século XXI».

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